IME-USP e Microsoft Brasil anunciam acordo para pesquisas com interoperabilidade

O Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e a Microsoft Brasil anunciaram nesta quarta-feira (27) um acordo para o desenvolvimento de soluções de uso conjunto entre software proprietário e software livre. Os dois primeiros projetos que receberão apoio da parceria são de governo eletrônico e de ensino de informática com base em jogos de computador.

Esses projetos, como os demais resultantes da parceria, trabalharão com o conceito de interoperabilidade, segundo o qual programas de diferentes fabricantes podem conversar entre si – tudo para melhorar a conexão entre pessoas, redes e ambientes de tecnologia. As iniciativas serão conduzidas por professores da USP em parceria com pesquisadores bolsistas da instituição. Conforme comentado pelo coordenador da iniciativa no IME-USP, Prof. Dr. Flávio Soares Corrêa da Silva, “essa iniciativa possibilitará ampliar e aprofundar nossas linhas de pesquisas e produzir resultados relevantes para a indústria. A própria iniciativa é, em si, um exercício de interoperabilidade entre parceiros tradicionalmente distintos”.

Para o gerente de Estratégias de Negócios a Microsoft Brasil, Roberto Prado, o acordo representa a colaboração entre iniciativa privada e a universidade pública visando à pesquisa. “A interoperabilidade gera parcerias dessa natureza porque é uma necessidade empresarial no mercado de TI e, ao mesmo tempo, fonte de inúmeras possibilidades de desenvolvimento local do conhecimento da ciência da computação. Os estudos realizados nesse laboratório virtual podem não apenas prover soluções com aplicabilidade prática, mas também gerar artigos de base para o conhecimento, tais como guias, documentação e linhas de código, entre outros”, explica.

O projeto Interoperabilidade para o governo eletrônico visa permitir o desenvolvimento de ambientes virtuais de interação que favoreçam o e-gov, visando ampliar a agilidade e eficiência da gestão pública e os benefícios agregados para o cidadão. Esse projeto será coordenado pelo Prof. Dr. Flávio Soares Corrêa da Silva (IME-USP).

Um exemplo já conhecido de tecnologia interoperável a serviço do e-gov é a nota fiscal eletrônica, que já foi adotada pelos estados da Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul, e permitiu reduzir a burocracia, tornando mais simples a relação das empresas com o governo. A tecnologia por trás da solução permitiu eliminar os milhões de formulários anuais de papel requeridos anteriormente.

O outro projeto de pesquisa lançado com a parceria, Aprendizado de informática com base em jogos de computador, serviços web e clientes heterogêneos vai desenvolver ambientes descentralizados e plataformas heterogêneas para o ensino de informática utilizando jogos de computador. A iniciativa ficará a cargo do Prof. Dr. Luciano Digiampietri (Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH-USP, também conhecida como USP-Leste).

A percepção é de que o elemento lúdico dos jogos que contribui para atrair o jovem pode ser utilizado para a capacitação tecnológica.

“A empresa tem se empenhado, com auxílio de parceiros e concorrentes, para o desenvolvimento da interoperabilidade entre software livre e Windows”, explica Roberto Prado. “Isso contribui para aumentar o retorno que os clientes têm sobre seus investimentos em soluções de TI e, ao mesmo tempo, também reduzir os custos e riscos relacionados à integração de sistemas diversos, melhorando também a experiência do usuário”, conclui. O apoio da Microsoft Brasil se dá pelo fornecimento gratuito de software e pela capacitação em tecnologias da empresa.

O acordo de interoperabilidade com o IME-USP é o quinto da empresa no País e o primeiro da capital paulista. A Microsoft possui parcerias neste sentido em Bauru, com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Belém, com a Universidade Federal do Pará (UFPA), em Campinas, com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e em Porto Alegre, com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Entre outros projetos em desenvolvimento nessas unidades, há o de um conversor para o formato OpenXML, um grupo de projeto e desenvolvimento de jogos e o de um assinador digital, aplicação que realiza processos de visualização, inclusão, remoção e validação de assinaturas digitais em lotes de documentos.

Todos os projetos conduzidos por meio desses acordos podem ser baixados pelo link

 www.codeplex.com/NDOS